HUMANOS SOLO

A noite abre as cortinas para um novo dia

no arrebol surge um sol risonho pra cada um

as folhas despertam do sono leve e profundo

enaltecido pela noite emoldurada de estrelas

nelas o orvalho reluz o ciclo natural da vida

vapores d’água formando nuvens carregadas

alimentando chuvas que cai no final de tarde

Sobre as mesas canetas descoloridas traçam

tortas retas metas labirintos

becos estreitos que os levam ao fio metal

com o leve sopro do vento dançam as flores

pétalas como fortes braços estendem o convite

apressado pro encontro logo chega o beija-flor

suavemente fazem festa com beijos e abraços

doce e perfumado bate asas cheio de gratidão

voa admirado com o poder colorido da empatia

claro sinal que no final nada sobrevive sem cor

Na grama papelões estendidos e amaciados

gente jovem velha abandonada

assistidos por olhos que se fingem de vendados

Ressequida a terra faz esforço e guarda sementes

nas primeiras águas deixa a vida no verde brotar

consciente segue compartilhando ensinamentos

que mesmo calado em gestos se pode expressar

Embaixo dos braços antigos evangelhos

lidos decorados falados esquecidos

a esperança se apoia na regra da exceção

Henrique Rodrigues Inhuma PI
Enviado por Henrique Rodrigues Inhuma PI em 27/09/2021
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