HUMANOS SOLO
A noite abre as cortinas para um novo dia
no arrebol surge um sol risonho pra cada um
as folhas despertam do sono leve e profundo
enaltecido pela noite emoldurada de estrelas
nelas o orvalho reluz o ciclo natural da vida
vapores d’água formando nuvens carregadas
alimentando chuvas que cai no final de tarde
Sobre as mesas canetas descoloridas traçam
tortas retas metas labirintos
becos estreitos que os levam ao fio metal
com o leve sopro do vento dançam as flores
pétalas como fortes braços estendem o convite
apressado pro encontro logo chega o beija-flor
suavemente fazem festa com beijos e abraços
doce e perfumado bate asas cheio de gratidão
voa admirado com o poder colorido da empatia
claro sinal que no final nada sobrevive sem cor
Na grama papelões estendidos e amaciados
gente jovem velha abandonada
assistidos por olhos que se fingem de vendados
Ressequida a terra faz esforço e guarda sementes
nas primeiras águas deixa a vida no verde brotar
consciente segue compartilhando ensinamentos
que mesmo calado em gestos se pode expressar
Embaixo dos braços antigos evangelhos
lidos decorados falados esquecidos
a esperança se apoia na regra da exceção