TRIBUTO AO BICHO DE PÉ

TRIBUTO AO BICHO DE PÉ

Carlos Roberto Martins de Souza

Fui á roça passear na casinha do Mané,

Trouxe um chato e grande companheiro

Um inconveniente um baita bicho de pé.

O bicho coçava e atordoava o dia inteiro

Era tanta coceira eu estava perturbado

Nunca tinha passado por esta situação

Do bicho conhecia apenas de aloprado

Só sabia que ele causava muita aflição

Coça aqui coça lá o seu martírio é coçar

Sou o dono da coceira coça aqui coça cá

A noite inteira ele não me deixa sossegar

Ele vai me perturbar por onde quer que vá

Seu anjo da guarda escolhe o seu lugar

De entre os dedos e debaixo das unhas

Ele vai logo se abrigar para te incomodar

Vai sozinho não vai levar testemunhas

É o tempo inteiro a cutucar numa agonia

Na cozinha, na sala, na rede é só coçar

Com a unha ou palito nada disso alivia

O objetivo do miserável é te incomodar

Vai também na roça lá na casa do Zezé

Seja meu amigo e vamos coçar juntos

Vai lá e pega aquele baita bicho mané

Vamos coçar botar em dia os assuntos

É o bicho de pé que gostoso que ele é

Quando coça coça e não é brincadeira

Principalmente quando é na unha do pé

Parece até ser aquela sua nojenta frieira

Pulga Tunga penetrans ou bicho de pé

Ele é o terror faz o corpo todo arrepiar

Se deixar o bicho cresce multiplica até

Virar bicheira dar mais trabalho prá tirar

Foi a minha primeira vez com este bicho

Só o conhecia de ouvir alguém falar

Não sei porque o meu veio no capricho

Debaixo do mindinho a pega foi se alojar

Minha mulher pegou a agulha foi examinar

Constatada a presença do intruso inseto

Foi cutucar aquela bolinha amarela e furar

A morte do intruso foi o seu último decreto

Carlos RMS
Enviado por Carlos RMS em 25/09/2021
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