Tanto na terra quanto no inferno

Nunca a culpa foi minha

Por ter apagado a luz

E tropeçado na cruz

Nem, quando me cortei na lata de sardinha

Não foi eu, quem escolhi a farinha

Meus dentes estragados, faço jus

O bicho no pé, tem pus

Quem disse foi a vizinha

Se matei, estava possuído

Se estuprei, foi a pomba gira

Coloco a culpa no diabo, ele se vira

Só quero livrar meu partido

A flor nunca tinha compreendido

O olho que mira

E o dedo que atira

Até onde foi surpreendido?

Mentir é fácil e tem um pai

Pro inferno com o diabo

A mentira é lisa como quiabo

É pra lá que todo mentiroso compulsivo vai

Pode chorar, mas do inferno ninguém sai

Diz ser homem, porém é fiado

Você é mais um filiado

A besta diz: vem com o papai