Amar demais
Olho contemplativamente teu sono profundo,
aprisiono-te, resguardando teus suspiros, entre medos,
passando demoradamente meu olhar nesse corpo convidativo,
compensado pela maciez desses lençóis embalando do teu corpo,
nessa candura, nessas palpitações dos teus seios expostos.
Amo-te nos mistérios da tua cama ardente,
na dissolução dessa noite entre sonhos tênues.
Nem esse verso frio, destituído de rima, um arremedo.
nem essa febre de amante, que norteia meus sentidos.
Tampouco essa loucura derramada nesse crepúsculo,
nessa perseguição dos teus amores, que me afaga.
Olho-te, uma vez mais, nesses sonhos entre segredos,
devassando meus sentidos, nessa noite quente e úmida.
Amo-te amiúde nessa busca dos teus afetos ofertados,
nesse quarto de amantes indefesos, amo-te sempre.