Poeta Errante
Sou escravo da palavra
Mas não da rima, nem tão pouco da métrica
Sou indisciplinado
O que persigo é a minha sina
Sou viajante
De inspirações alteradas
Escrevo em tropeços
Queda de palavras
Em partida, chego ao endereço
De um leitor animado
Com um olhar sensível
Reflexo de um verso acabado
Onde se lê impressões
De tudo, de todos, em todos
Palavras substanciais
Assim expresso em sinfonia
Um gesto, um amor
Um parto natural de vocábulos
Sou poeta errante
Que na loucura de uma energia adormecida
Escreve em terapia
Deixando a alma suave
Para a próxima partida
Sem dono
Nem moradia
Apenas folha, que é lida, de mão em mão
Uma meia verdade encarnada
Esse é o destino
Essa é a missão