INFÂNCIA ROUBADA
Lá vou eu
Em mais um dia de labuta
Numa rotina turbulenta
Enfrentando o perigo na pele
Na selva de gente adulta
Diariamente sobrevivo...
Seguindo clientes em busca do pão
Para no final de um dia do cão
Levar um mísero pedaço ao irmão
Que aguarda ansioso sentado no chão
Filho sem afecto cresci
De um pai violento fugi
Desde pequeno aprendi
Que precisava ser um guerreiro
Pois daquele a quem esperava um carinho
Encontrava apenas a dor de um punho
Nasce um ponto de luz...
Naquela escola precaria
Busco esperanças...
Para que um dia
Possa mudar a rotina precária
Que de geração à geração
Esta família não varia.
À Deus entrego a minha fé
Com lágrimas nos olhos e joelhos no chão
Peço amor, carinho e protecção
E a esperança...
De uma vida melhor.