A queima da biblioteca

Descarregando intenso ritmo diariamente

O homem moderno sente o passar do tempo

Ocupado pela rotina e seguir o exemplo

Não há brecha para agir diferente.

Prezando o palpável deixa o interior doente

Se quer encontra o vívido sentimento

Envelhece sem viver o sonhado momento

Quando encontra seus antigos afluentes.

Todo conhecimento acumulado é passageiro

Estruturas fixas em solo instável

Corroendo-se intensamente por inteiro.

Feitos, como um raio, tornam-se notáveis

Até que o amanhã derradeiro

O transforme, no máximo, em memoráveis.

Queimam-se bibliotecas desde o princípio

As labaredas da transição mais intensas

O respingo do suor dos anos, a carga imensa

Interrompe o esplendor do sábio em seu início.

Marcel Lopes

26/08/2021