[Busco-me... EU?] (Dueto)
No que vejo
E no que não vejo
Mas intensamente sinto...
[Busco-me
Sem tempo e sem hora
Ou mesmo qual agora
Neste instante
[Busco-me
Dentro de mim
E também fora...
[Busco-me
De olhos abertos
E fechados...
[Busco-me
Pois que desejo
Encontrar-me...
Quem sou eu...
a quem tanto por mim procuro?
Vivo no espaço em que m’esqueço tanto... no tempo?
Quem sou eu?
Que está a se buscar n’um sonho (que não acorda)
E, portanto, perdida m’encontro em todas as minhas horas...
Quem sou eu a que “perdida m’encontro”?
Ah! Quem dera se realmente m’encontrasse!
Oxalá se eu me achasse! (e mais nunca me perdesse)
E, destarte, o qu’eu disse não faz nenhum sentido
Visto que perdida estou sempre no meu tempo...
Quem sou eu, deveras qu’eu não sei?
Quem sou eu
A quem tanto me busco?
Olhando para o céu sem fim, para ver s’estou lá...
Quem sou eu?
A contemplar o desmesurável mar
Nessa ânsia, quase infinita, para tentar me achar...
Quem sou eu a olhar a terra,
a observar a pequena formiga...
E a disforme lagarta que se arrasta?
Quem sou eu...
Que degusto a brisa... inalo o ar
E me encanto tanto com as livres borboletas?
Quem sou eu
Cativa das estrelas e astros
Ouço mil vozes... vejo milhões de objetos?
Quem sou eu que me enterneço
Com as sinfonias da Natureza
e os cânticos dos homens?
Quem sou eu
Que do “sopro” vivo
Os desafios de ser humana?
Quem sou eu...
Neste tempo-espaço
ao que nada é estático (nem pode ser)
[Quantas coisas, meu Deus?
Deus?!
Ond’Ele está?
Deus, ond’eu estou?
E quem SOU EU?!
[Rauzito tem razão?
Sou EU...
"Metamorfose ambulante"
buscante de mim e viandante...
“H” e Juli Lima
Zélia Duncan - Metamorfose Ambulante (ouça)
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