O caderno de mágoa

Escrevi todinho o caderno de mágoa, e de joelhos.

Amar é delinquir.

Eu devia estar preso.

Chorei tanto, que no meu rosto ficou feito o lugar onde entra o rio na baía.

Um sulco, uma marca que não sai, mas nem me importo. Também não saio mais.

Ser feliz é um gosto que ainda nem o pensamento sabe;

Se penso, não sei, mas se não penso, sei.

É uma dor que estala.

Não busco mais o amor, talvez o pé do amor

(Te perco a escritura, esqueço).

Meu poema de amanhã é um coração que anda um metro e meio e cala.

Mas ainda assim escrevo, afinal não existe o verso perfeito;

nem há no mundo um poste que brilhe inteiro.

E isso é o meu alento, não há que ser perfeito.

- Aí eu tava vendo umas fotos de Dubai. O poste brilha to-di-nho!