O POETA O POEMA E O LEITOR

Tudo transborda-se construtivo, sob as máscaras que o poema dissimula.

Faz conjecturas, enfeita-se de fantasias, despe as ideias, livra-se das tergevisações.
É sinótico, porém intenso dado que o poema são vozes que vêm da alma do poeta!
É positivo, e é assertivo, e oportuniza, aos leitores fazerem as viagens necessárias.
E ele o faz, não o faz, com as verdades do poeta, mas, com suas próprias verdades.
Ao vestir essas verdades, o poema, o leitor, e o poeta seguem uma única trajetória.
Contudo, cada leitor segue  os seus próprios passos constrói  seus próprios atalhos.

Pois, cada leitor lê o poema, com sua própria alma, e empresta a sua sensibilidade.
E, vai garimpando, as impressões, que falam à suas realidades, que os emocionam...
Isto propicia enlace entre o poeta o leitor o poema a abrir as portas da reciprocidade
Corrobora, empresta brilho ao leitor, ao poema, ao poeta, e deixa jorrar as alfazemas,
Assim, o poeta acata os liames da sua inspiração, e o leitor inspira-se, ao ler o poeta!
O poeta alia-se ao silêncio, e entra e sai dos transes..., e escreve os versos do poema,
O leitor capta o silêncio necessário, desliga-se do mundo à sua volta, faz o banquete!

O poeta..., é quem vai recolhendo os casulos..., o leitor..., é quem incendeia essa teia.
O leitor, é a ponte, o verbo, as vozes, e o poeta,  é quem sai recolhendo as metáforas...
O poeta escreve os seus poemas..., personifica, se identifica..., e faz jorrar os polens.
O leitor é co-autor, é espelho, recolhe-se, fica no anonimato..., e faz nascer às flores!
O poeta deve despir-se das vaidades, o leitor deve aguçar o seu lado crítico-reflexivo,
E mergulharem juntos nos oceanos de apologias verdades ou fantasias pouco importa.
Pois, o poeta compõe as suas letras, e o leitor quando lê o poema compõe as melodias.
Albérico Silva