Em fim: liberdade

O choque da quebra da corrente

Férrico, rígido, sempre desconhecido

Avassalador para quem o sente

Vai pelos mesmos ares, diferente

O simples romper do que lhe prende

O estampido no vácuo

É lacuna antes de se refazer

Um buraco no espaço

Arranca o doloroso pedaço

Num segundo a rocha se faz em estilhaços

Arremessa pra longe de si

A falsa identidade que o fez assumir

E só lhe sobra o tudo, o agora e o aqui

Refrigera o que sufocado estava

Estranho e doce fluir

A liberdade tem sabor inimaginável

Ao paladar que se desacostumou

Chega a parecer intragável

Excesso de luz ofuscável

Exercício de um músculo anímico atrofiado

Mas quem sua verdade abraçar

Pagando seu preço

Seu cálice não se-lhe apartará

Enfim irá escolher se alimentar

Da lição, da superação, do auto apreço

Revolucionará