A Dádiva (1)
Talvez precisarias de mais tempo no que se refere às tuas dádivas
para saber verdadeiramente, para conter em ti mesmo tal sabedoria,
se é que sabes ou precisa sabê-lo,
afinal, bom é aquele que nem das necessidades precisa.
Então, das necessidades, talvez a mais importante, seria saber daquilo que de ti emanas sem necessidades,
pois, para doar com verdade, apenas doas de ti, portanto daquilo que és.
E disso, nesse agora, consegues dizer?
Se disso, nada sabes ainda, é por isso que precisas dizer sobre o nome, as roupas, os títulos e tudo mais que te acostumastes a dizer-te em definição contudo, és o que dizes?
Talvez não! Talvez, apenas neles encontres teu cajado ou lanterna,
mas, não te esqueças: vá junto aos mesmos, ciente dos mistérios dos teus próprios passos em jornada.
E sinta-a, tua jornada, como a criança que em ti faz morada,
sente na inocência que renasce a partir do teu próprio "percurso-lembrança"
e caberá somente a este sentir, o tão sonhado saber, nada mais.
É o que nesse instante, cabe-nos a ti, dizer!
Kátia de Souza
Inspiração junto ao livro "O Profeta de Khalil Gibran"