COMETA
Bebo amargura
Dos mais angustiados,
Fecho os olhos para
Os mais afoitos e medrosos.
Não temo o sorriso
Sarcástico dos poderosos,
Nem disfarço as lágrimas
Dos mais frágeis!
Pinto o quadro da realidade
Ilusória,
Sinto-me em outro planeta
De boas caras e pernas tortas.
Não há sol que bate no mar,
Horas que retrocedem os dias,
Nem flores que exalam seus perfumes!
Os planetas discordam
Em plena órbita,
A negridão do buraco negro.
Desconhecem a sua entrada,
O infinito explode em várias
Luzinhas pontilhadas,
Como noite profunda imensa
E estrelada!
Como cometa em direção
A terra espalhando expectativa
Por onde passa,
Risca o céu deixando faísca
Em plena serra,
Dominam os olhares lá em baixo
Em sinal de alerta,
Adormecendo as tardes
De nuvens encobertas!