DE ALGO
Eu tenho saudade de algo
De algo que inexiste
De algo que morreu
E eu não sabia.
E diante dessa ignorância
Haja benevolência,
Haja jactância
Entre uma e outra
Doce lembrança.
E assim usando subterfúgios
Ora converso comigo
Ora dialogo com algo escuro.
Que me transmudece
Em um breve soslaio
Enquanto sobressaltado caio
O Algo me olha inerte
Em cima de um muro.
Dai me apercebo só
Tateando num quarto escuro.