TEMPO DA RAZÃO
TEMPO DA RAZÃO
Deixo que o tempo seja cúmplice
de minha razão, para que,
como um viajante invisível,
afague e conforte o meu evoluir;
Sinto no tempo a presença de Deus,
dominando minha razão,
e, ao mesmo tempo, deixando-a livre,
para que o pensar, faça-me conhecer
e saber, em cada passo racional,
como agir com bom senso,
diante do que achar, no esperado
e imprevisível porvir.
O tempo em minha escrita,
é um partícipe silencioso,
que se encanta com os instantes
de estro inesperado; tendo sempre
tempo de contemplar a escrita
que se desenvolve,
alheio ao tempo da consciência
artística, que vivencia
por alguns momentos,
a circunstância atemporal.
Há o tempo da razão,
que envolve o conteúdo do texto;
diverso do tempo que apenas
observa passivo, os passos da ideia
inventiva, mas desejoso de levar
a arte conclusa, e a semear,
como um deus peregrino,
a quantos lhe queiram absorver,
no decurso de aparente abstração,
em sua contínua viagem temporal.
Adilson Fontoura