Na estação...
Na estação...
O indivíduo moderno refém do tempo
Gasta-o, inevitavelmente, à espera do trem
Compromissos, mesmo que esteja sem
Ele evita ser do atraso, um exemplo.
Após o dia todo sob tormento
Das pressões constantemente refém
O indivíduo busca ir além
Do que lhe tira o sossegado momento.
Chega tarde da noite em seu descanso
Pressionado para não perder a hora
E voltar à rotina íntegro e manso.
Não perde tempo com conversa jogada fora
Não encontra tempo para refletir, fazer “balanço “
De uma vida totalmente refém das horas.
Quando finalmente encontra tempo
O físico já não corresponde
A mente não sabe nem ir para onde
E a vida se dissipou como o vento.
Marcel Lopes
19/07/2021