A partida.
Os olhos se fecham
A boca emudece
Pensamentos cessam
No silêncio adormece
Movimentos congelam
No coração não há prece.
Não há mais batida
Nem ar em respiração
A alegria vivida
Nunca foi em vão
Enfim a partida
É resumida a um caixão.
O leito de flores
É finamente ornado
Os maiores amores
Em prantos ao lado
Não há mais dores
Repousas sossegado.
Não se olha para trás
Pensando no que deixou
Toda ilusão se desfaz
O que vale é quem ficou
Lembrança viva e fugaz
No coração de quem amou.
A morte vai chegando
De mansinho a todo ser
Planos paralisando
Vem sonhos interromper
Não se vive esperando
Na fadiga segue a correr.
Ninguém sabe o dia
Em que vai parar o ponteiro
Pois viva com alegria
Que a vida é conto ligeiro
Para que ela valha a pena
Faça do amor o seu roteiro.