SEMPRE
Toco o céu, toco o chão,
pilha movida à vida,
meu coração...
Faço a ponte
entre o perto e o longe
num gesto de anunciação...
Entre o que se faz e o que foi feito,
guardo dentro do peito
as moléculas elétricas
que movem os impulsos
quase sem defeitos...
Quando inventamos o futuro
dobramos o passado
e o guardamos bem guardado
na mochila da razão,
leitura póstuma,
o homem busca o alto
sabendo que no ventre do sim
é gerado o não...
Sempre é um lugar que existe,
embora passageiro a quem passa,
feliz com a alma que tem,
ou com a alma triste...