25°
Dentro de toda possibilidade de amar
Eu escolhi a mais difícil e complicada
Aquela que dói os nervos e fere a alma
Que dilacera o ser em cada verso rasgado
Estou agindo com todo o arsenal de palavras
Dentro de um vocábulo pobre e perdido
Sou “poeta” cheio de falácias e mistério
Ninguém fica tanto tempo ao me conhecer
E viver para amar alguém é ferir o próprio amor
Não quero mentir para o destino com poesias
Elas encantam o espetáculo e destroem o ato
Por isso poetas não vivem muito
Eles vivem morrendo de amores
Sua morfina são as dores e a desilusão
Seu otimismo é um caminhão sem freio
Descendo uma ladeira em alta velocidade.
Otreblig Solrac - O poeta burro