CIMENTO DE LÍRIOS

Não sei por que me aflijo

Se olho os lírios do campo

E relaxo este sertão rijo

E sorrio aos pirilampos ...

Deixe-me (que me alijo),

Ao olhar os lírios do campo

E ser assim mais só exijo:

Cabelos soltos, livres de grampos.

Há nos lírios meus delírios,

Sonhos de flores campestres -

Anteras, crateras, estigmas -

Sou pouco afeito a enigmas,

Mas os pólens tão terrestres ...

Que se ajeite todo deleite,

Campos cada vez mais silvestres,

Anteras, esferas, benigna

Ação de romper estigmas,

Ora etéreo, ora neste cipreste...

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 10/07/2021
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