COM CANETA E VASSOURA
Sou poeta por que sei
Como são os poetas
Ou simplesmente penso
Como deveriam ser?
Tantos poetas são tantas outras coisas
Que tenho dúvida sobre mim
Que sou somente poeta.
Vivo nas graças da poesia
Vivendo de graça
Daqueles que não são poetas
E nem gostam de poesias,
Pelo menos as minhas.
Sou poeta pobre varredor,
Contribuindo com a limpeza
Na casa que já foi minha.
Rimo no ritmo da vassoura
Que prefiro a de piaçava
Para que me escutem varrer.
É! Não tenho mais dúvida:
Sou poeta por inteiro!
E Tenho outra ocupação:
Limpador de chão!
E no fim do dia
Escrevo minhas poesias;
Pois é isso que se espera
De qualquer poeta
Que faça poesia.