O nada!
Existe algo além do infinito
Revestido de beleza e cor,
Algo que ri ou soa num grito
Investido de alegria ou pavor?
Algo perdido talvez contrito
Contido na ilusão do fervor,
Intrigando todo o sentido
Que busca saber sem louvor?
Há algo diferente do escrito
Que não tem nome ou amor,
De tão escuro não foi visto
Os elementos do seu divisor?
A ilusória estrela iluminada
Que desponta no esplendor,
Finge estar lá estampada
Mas há muito desintegrou.
Como se gerasse do nada
Será que do nada se criou
Apenas por si replicada
Sem que houvesse criador?
São tantas teorias com véu
Todas vazias de alvorada,
Olhos questionando o céu
Mãos postas não falam nada!
Há algo fora do infinito
Que jaz latente na escuridão,
Ou não há nada a ser dito
Apenas mera especulação?