OCASO
O ocaso é como ser sol poente.
É ir para aquele negrume infame.
É sentir desperto, a morte que brame,
Dando sinal de breve vida ausente.
Já me chega o ocaso, sinto n’alma.
E se pouco a pouco vou definhando,
É porque vejo ELA se aproximando,
Bem devagar, lentamente, com calma.
E ELA me diz: a vida é assim.
Então me mata, como o sol no ocaso,
Vai morrendo no poente, no fim.
Após dormir à noite no Parnaso,
Quero ser como o sol e torno a mim.