Eu escolho a minha porta

Eu escolho a minha porta;

posso errar, não duvida;

estreita, baixa, escondida,

minha opção pode ser torta,

até as cores eu posso errar.

Como Drumomond de Andrade

não há porta da verdade

e eu preciso optar.

Escolho a do meio;

abro-a bem devagar,

ela me levará a outro lugar.

Sinto ainda algum receio

de não ser a escolha certa,

mas dali não há retorno;

olho em meu entorno

só há uma linha reta

e depois da primeira há outra;

igualmente está fechada

(espero não seja a errada)

minha imaginação está solta.

Assim é o meu destino:

uma sucessão de erros,

mas também alguns acertos

com desfecho repentino.

©Bispoeta