Sopro

O pó vem do além;

Grãos que nos cobrem

E fecundam incertezas:

Conta o metal nobre?

É forte a realeza?

Fortaleza entregue à sorte?

Eis que toda certeza e norte,

Em instantes, questionados.

Pólen em sopro inesperado

Fez pesar nossos suspiros.

Confinou-nos separados:

Cada qual em seu retiro!

Onde pesam nossas sombras

Nossos medos, nossos mitos.

São enterros sem os ritos

Em covas rasas sem as pompas

Que nos tornam diferentes

Pelas castas e pelas mantas.

Quando, enfim, finda o enredo

Que, em tempo, tarde ou cedo,

Nos iguala e nos chama.

É imposta a partida

Sem a justa despedida

Que leva em sopro nossa chama.

Jailson Ribeiro
Enviado por Jailson Ribeiro em 03/07/2021
Código do texto: T7292134
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