O Frio

OLHA O FRIO!

Que arrepio!

A pele se fazendo saliente.

Na sintonia de um corpo que sente.

Os pelos ouriços.

Membro em seu notório sumiço.

 Sensação de mais que isso.

A necessidade de ter calor.

Os trajes equilibrando a temperatura.

Os casacos, os xales e os ponchos!

 

Eita, frio ‘brabo’!

Você vem de repente.

Muda o andar da gente.

Dá a ordem de se recolher.

Manda se agasalhar em volta do fogão a lenha.

Impõe o hábito sulista.

Pede o sorver de um chimarrão.

Ou requer o degustar de um chá, de um chocolate quente ou, de um bom café.

Te faz encolhido em um tanto de fé.

 

Mas, tem seus martírios.

As vezes, pega desprevenido o vivente.

Ataca um ser carente.

No desabrigo de teto.

Ou no abandono de um bom cobertor.

Que isso seu frio?

Você também é fonte de dor?

 

Acha que não!

Você é o porvir de um ato de amor.

Sua presença requer solidariedade.

Você é quem bate na porta da humanidade.

Pede atenção com o irmão que sofre.

Você veio pra chamar atenção.

Pra suscitar um ato de amor.

Pra o despertar daquilo que é nobre em seu coração.

Você vem pra mostrar que existe um irmão.

Que necessita de sua atenção.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 01/07/2021
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