O Frio
OLHA O FRIO!
Que arrepio!
A pele se fazendo saliente.
Na sintonia de um corpo que sente.
Os pelos ouriços.
Membro em seu notório sumiço.
Sensação de mais que isso.
A necessidade de ter calor.
Os trajes equilibrando a temperatura.
Os casacos, os xales e os ponchos!
Eita, frio ‘brabo’!
Você vem de repente.
Muda o andar da gente.
Dá a ordem de se recolher.
Manda se agasalhar em volta do fogão a lenha.
Impõe o hábito sulista.
Pede o sorver de um chimarrão.
Ou requer o degustar de um chá, de um chocolate quente ou, de um bom café.
Te faz encolhido em um tanto de fé.
Mas, tem seus martírios.
As vezes, pega desprevenido o vivente.
Ataca um ser carente.
No desabrigo de teto.
Ou no abandono de um bom cobertor.
Que isso seu frio?
Você também é fonte de dor?
Acha que não!
Você é o porvir de um ato de amor.
Sua presença requer solidariedade.
Você é quem bate na porta da humanidade.
Pede atenção com o irmão que sofre.
Você veio pra chamar atenção.
Pra suscitar um ato de amor.
Pra o despertar daquilo que é nobre em seu coração.
Você vem pra mostrar que existe um irmão.
Que necessita de sua atenção.