Escorrendo pelas Mãos

Escorrendo pelas mãos

Não se pode controlar as barras do tempo

Quando ele foge das nossas mãos,

Escorrendo pelas palmas, por entre os dedos,

Pingando horas, minutos e segundos pelo chão.

O céu agora claro pode ser prenuncio de tempestade

Por isso há na vida tantas sombrinhas

Protetoras das águas que arrastam e mudam

O nosso destino até que o sol nos seque

Não se pode prever que pássaros cantarão

Eles simplesmente cantam nas árvores e se vão.

E vão apressados cumprir sua missão

Porque sua melodia liberta a outros

Não se pode destinar a vida de um filho

Apesar do empenho, do esforço em educá-lo,

Com o tempo ele cresce e toma posse de si

Sendo nova vida, Força que forma novas vidas

Não se pode conduzir o amor ao sabor de devaneios

E desejar, e arrastar, e arrebatar alguém por paixão

Paixões também são efêmeras e quando elas partem

Deixam o fruto do cultivo de outrora: amor ou ódio.

O que está em nossas mãos doravante pode esvair-se

Contudo, enquanto estiver aqui, sustentado pelas palmas e dedos

Conduza e trate com zelo. Afinal, quando tudo partir,

Restarão mãos vazias, mas coração cheio das sensações vividas.

Divino de Paula

Divino de Paula
Enviado por Divino de Paula em 29/06/2021
Código do texto: T7289563
Classificação de conteúdo: seguro