Escorrendo pelas Mãos
Escorrendo pelas mãos
Não se pode controlar as barras do tempo
Quando ele foge das nossas mãos,
Escorrendo pelas palmas, por entre os dedos,
Pingando horas, minutos e segundos pelo chão.
O céu agora claro pode ser prenuncio de tempestade
Por isso há na vida tantas sombrinhas
Protetoras das águas que arrastam e mudam
O nosso destino até que o sol nos seque
Não se pode prever que pássaros cantarão
Eles simplesmente cantam nas árvores e se vão.
E vão apressados cumprir sua missão
Porque sua melodia liberta a outros
Não se pode destinar a vida de um filho
Apesar do empenho, do esforço em educá-lo,
Com o tempo ele cresce e toma posse de si
Sendo nova vida, Força que forma novas vidas
Não se pode conduzir o amor ao sabor de devaneios
E desejar, e arrastar, e arrebatar alguém por paixão
Paixões também são efêmeras e quando elas partem
Deixam o fruto do cultivo de outrora: amor ou ódio.
O que está em nossas mãos doravante pode esvair-se
Contudo, enquanto estiver aqui, sustentado pelas palmas e dedos
Conduza e trate com zelo. Afinal, quando tudo partir,
Restarão mãos vazias, mas coração cheio das sensações vividas.
Divino de Paula