QUANDO A PALAVRA SE PERDE NAS ENTRELINHAS - Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros

QUANDO A PALAVRA SE PERDE NAS ENTRELINHAS

Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros

Quando, no canto, a emoção não se sublima

E cada rima não encontra o diapasão,

Quando o rancor aceita a mágoa como prima

Do amargor de cada dor de solidão...

Quando por trás de cada pétala, o espinho

Deixa sozinho um coração que se magoa,

E o amor se perde como um passarinho

Que abre as asas delicadas... mas não voa...

Quando a palavra se perde nas entrelinhas

E cada linha percorrida só projeta

Ressentimentos, a agulha puxa as linhas

E no tecido dessa dor, falta um poeta...

O que se sente de verdade e transfigura

Essa leitura que se tem do que alguém diz,

É uma tristeza que se veste de ternura,

Vendo a amargura destruir quem é feliz.

As entrelinhas do poeta são seu pranto

Que se mistura em cada linha que ele traça

A cada nota solitária do seu canto

E a cada verso que ele faz, meio em graça.

E se a ternura se retrai e enfraquece,

Quem se entristece com a falta de carinho

Não é um só... são dois irmãos... a vida tece,

Quando se ama, em vez de dois, um simples ninho.

Quando se escolhe a solidão por moradia,

A companhia inevitável do amor

É uma dor que torna a vida tão vazia,

Que esvazia a emoção de um sonhador.

Meras lembranças são fúteis ansiedades,

Mas ter saudade é muito mais que recordar

Cada momento feito de felicidade

Quando a bondade redescobre o que é amar.

Todo poeta já sentiu esse vazio

E esse frio sempre fora de estação,

É só alguém tornar-se ausente ou arredio,

Que o seu amor busca na dor, a inspiração.

E é assim que a sua dor impulsiona

O seu sorriso que se esgueira como a luz

Do seu olhar que sempre se emociona

Quando ela é dona da emoção que o seduz.

... - quamnLuiz Gilberto de Barros - às 23 h e 50 min do dia 22 de dezembro de 2013 do Rio de Janeiro – Brasil

LUIZ POETA
Enviado por LUIZ POETA em 29/06/2021
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