Humana
Cansei de pensar
Em como
Minha angústia
Precisa ser tratada
Como se fosse errada...
Sabe o que é fazer uma escolha
Sem poder sentir angústia?
Ainda mais angustiante. Kkk
A angústia existencial
Vem a ser possível
Nessa minha crise individual
Que me convida a pensar e sentir
Coisas que antes queria fugir.
O momento que estou vivendo
É de transição a um outro modo de ir percebendo
O ser humano que observa a diversidade
E não mais tenta se encaixar num sistema como normalidade.
Se a normalidade é não se angustiar,
Então a anormalidade é se angustiar?
QUEBRA DE PARADIGMA.
Ao invés de pensar no que seria normal,
Por quê que não focamos em compreender a angústia existencial
Ou diversos outros sentimentos que temos e associar com nossas necessidades
Que possam despertar no nosso dia a dia
uma completa observação da nossa vida?!
A Culpa se esvai... A angústia vem.
Por que do que vou me culpar,
Se o que sinto eu posso valorizar?
Aquilo que não atendi a mim ou ao outro, posso vir a me entristecer,
O que é diferente de numa culpa me remoer
Porque junto da culpa vem uma chuva de julgamentos
Que faço moralizantes ao meu respeito
Que reduzem minha condição de sujeito,
Quando não valido meu sentimento
E não valorizo o meu momento...
TALVEZ POSSA VIR A SER NECESSÁRIA UMA MEDICAÇÃO,
MAS NÃO POR EU SER LOUCA
E SIM PELO DIREITO DE ESCOLHER ALGO QUE POSSA ME AJUDAR.
Tentando observar e menos julgar
Minha vontade de sentir,
Eu consigo um alívio permitir
Que seja possível
Que meu corpo sinta algo,
necessite, aja, ceda e perceba
Desde a linguagem às minhas emoções
não estarem mais presas em dicotomias de normal e anormal,
Certo e errado, bem e mal,
Mas sim, mais abertas a compreender
Que o sentimento, às vezes, só quer poder existir,
Sem que um julgamento venha junto me reprimir,
O que me faz querer de mim mesma desistir...
RESISTO,
EXISTO,
POIS SINTO
E PERSISTO
para dizer que aceito minha natureza
E qualquer que seja parte da minha existência.
Me percebo, ironicamente, seja "sã" seja "insana"
E assim me aceito, plenamente, ser humana...
Terceira poesia inspirada na CNV e primeira na fenomenologia.