Café Coado
Café Coado
Eu gosto de café coado
Passado em coador de pano
Água quente em pó revirado
Fluindo sabor sem engano
Aliás tem coisas na vida
Que carregam poucos segredos
E o café, essa tal bebida,
Traz sabor aos nossos enredos
E por que então complicamos
A vida com tanto adereço
Se o que dá prazer e gostamos
Importa o valor, não o preço?
Por que tanta simplicidade
Em água, açúcar e pó
Não traduz-se em nova verdade
Pra essa vida puro nó?
Essa vida hora sem água
Hora sem pó ou sem doçura
Na qual a miséria deságua
Em rio ralo de amargura
Quando a água abre a fervura
E o pó aguarda sua sina
Sua essência é dom, é cura
Sabor de amor em cafeína
Quando tomo o meu café
Humildade coada em pano
Minha vida renova em fé
A esperança no ser humano
Divino de Paula