DIAS DE AMPULHETA
Sentimentos vastos e lentos
e eu alento nos dias sem sabores.
Não desejo estresse além do que possa suportar,
deixo apenas plenos e abertos todos os abcessos
por onde me abandones.
Difícil compreender os segundos como dias intermináveis
passando por cima de tudo e os problemas somente meus.
Hospedeiro invisível, covarde sem educação!
Chega, invade, apetece sem nossa permissão.
Priva sentidos meus, desnorteia a certeza do rumo,
impõe um mundo sem cor, sem cheiro, sem nada.
Mas sou madeira nobre, que resiste, revida e luta!
Um ser inundado onde tudo acontece e se refaz
e nenhum outro há de levar-me onde tudo possa jaz.