DESCARTÁVEIS
(Por Érica Cinara Santos)
Ah Terra,
Sagrada casa nossa
Cuja beleza nem se esforça
Pra brindar os filhos de teu ventre
Ah Terra,
Lar mater que nos abriga e abraça
Tua generosidade nem se disfarça
Ao nos ofertar imensuráveis presentes
Ah Terra,
Temos te faltado tanto
No zelo por teu sacro recanto
Quando de nossas criações inconsequentes
Enquanto tu nos ensina diariamente
Sobre a sabedoria da interconexão
Sobre nada ser inútil ou incoerente
Sobre tudo sofrer transformação
Temos criado com tamanha volúpia o que se descarta
No nosso imediatismo febril
O prato, o copo, a embalagem, máscara...
Inutilizando tudo o que nos serviu
E avolumando de lixo o berço que nos embala
Seguimos bebendo de teu maternal alimento
Sorvendo do amor que tu nos exala
Respondendo-te com ingratidão por todo o teu provimento.
OBS.: Para que possamos repensar sobre o nosso consumo diário. Especialmente sobre os descartáveis que impulsionamos a produção. Máscaras, copos, pratos, talheres, embalagens… tudo isso não está simplesmente desaparecendo no cesto de lixo que temos em nossa casa e que o carro da limpeza pública leva. Esse lixo fica aqui, no planeta Terra, nosso lar. E está se avolumando em um ritmo nunca antes visto na história das civilizações. Quiçá devamos repensar sobre o conceito de civilização, inclusive...quiçá!