DESCARTÁVEIS

(Por Érica Cinara Santos)

Ah Terra,

Sagrada casa nossa

Cuja beleza nem se esforça

Pra brindar os filhos de teu ventre

Ah Terra,

Lar mater que nos abriga e abraça

Tua generosidade nem se disfarça

Ao nos ofertar imensuráveis presentes

Ah Terra,

Temos te faltado tanto

No zelo por teu sacro recanto

Quando de nossas criações inconsequentes

Enquanto tu nos ensina diariamente

Sobre a sabedoria da interconexão

Sobre nada ser inútil ou incoerente

Sobre tudo sofrer transformação

Temos criado com tamanha volúpia o que se descarta

No nosso imediatismo febril

O prato, o copo, a embalagem, máscara...

Inutilizando tudo o que nos serviu

E avolumando de lixo o berço que nos embala

Seguimos bebendo de teu maternal alimento

Sorvendo do amor que tu nos exala

Respondendo-te com ingratidão por todo o teu provimento.

OBS.: Para que possamos repensar sobre o nosso consumo diário. Especialmente sobre os descartáveis que impulsionamos a produção. Máscaras, copos, pratos, talheres, embalagens… tudo isso não está simplesmente desaparecendo no cesto de lixo que temos em nossa casa e que o carro da limpeza pública leva. Esse lixo fica aqui, no planeta Terra, nosso lar. E está se avolumando em um ritmo nunca antes visto na história das civilizações. Quiçá devamos repensar sobre o conceito de civilização, inclusive...quiçá!

Érica Cinara Santos
Enviado por Érica Cinara Santos em 17/06/2021
Reeditado em 17/06/2021
Código do texto: T7280659
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