No serviço obrigatório

No serviço obrigatório

vesti a cor verde-oliva

sem perder a esportiva

e sem contraditório.

Na guarita a ordem era clara:

"primeiro atire na vítima,

depois atire pra cima;

proteja o paiol de pólvora,

ou vai tudo pelos ares";

eu que não mato nem formiga

encontrei forma amiga

de proteger os meus pares

e salvar a própria vida.

Um homem desavisado,

trôpego ou mal-intencionado

aproximava-se da guarita.

Gritei, gritei feito um louco

e o homem assustado

atravessou para outro lado;

acabei ficando rouco,

mas não manchei as mãos

com sangue de um ser vivente

e não fui conivente;

agi como um cristão.

©Bispoeta