Entressafra
Dormi, sob os lençóis da poesia,
a hibernar meus sonhos de poeta,
pra esconder aquela dor secreta,
que todos vão sentir um certo dia.
A dor que nunca disse que doía,
por medo que jamais fosse sentida.
Aquela dor que vive de partida
a cada novo adeus que anuncia.
Dormi, sobre o colchão da poesia,
a espreguiçar o verso que nascia
da dor que fez de mim um falso amante.
Hoje, acordado, ainda sonolento,
na entressafra doutro pensamento,
sinto, perto de mim, a dor distante.
Dormi, sob os lençóis da poesia,
a hibernar meus sonhos de poeta,
pra esconder aquela dor secreta,
que todos vão sentir um certo dia.
A dor que nunca disse que doía,
por medo que jamais fosse sentida.
Aquela dor que vive de partida
a cada novo adeus que anuncia.
Dormi, sobre o colchão da poesia,
a espreguiçar o verso que nascia
da dor que fez de mim um falso amante.
Hoje, acordado, ainda sonolento,
na entressafra doutro pensamento,
sinto, perto de mim, a dor distante.