A fluência do ser e do não ser.

Sou a fluência do ser e do não ser, motivo pelo qual sou o eterno deixar de ser, para poder me refazer.

Deste modo, sou o não sendo, eternamente me desconstruindo para poder ser.

Tudo que sou a negação dos seres que foram em meu ser, assim sendo, sou as minhas negações constituídas, sou as indefinições.

Tantos Edjares as minhas reformulações negadas, sou apenas o meu corpo, a minha cognição em permanente mecanismo de reconstrução, o meu mundo, sempre a destruição das minhas existências.

Outros Edjares nascerão e morrerão, sou a morte contínua das minhas evoluções, neste mundo em redefinição.

Olhe em meu rosto enxergue o meu corpo, não poderá compreender a minha alma, sou apenas as redefinições negadas em novas reformulações.

Portanto, entenda a etimologização do meu nome, não a minha essência ontológica, sou exatamente o que não sou, poderá compreender o meu psicotipo, jamais o substrato da minha existencialidade, já fui muitos outros, neste instante para não ser ninguém.

Razão pela qual encontrei a liberdade.

Poema escrito em 1982 Serra do Cipó.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 09/06/2021
Reeditado em 09/06/2021
Código do texto: T7274711
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