A fluência do ser e do não ser.
Sou a fluência do ser e do não ser, motivo pelo qual sou o eterno deixar de ser, para poder me refazer.
Deste modo, sou o não sendo, eternamente me desconstruindo para poder ser.
Tudo que sou a negação dos seres que foram em meu ser, assim sendo, sou as minhas negações constituídas, sou as indefinições.
Tantos Edjares as minhas reformulações negadas, sou apenas o meu corpo, a minha cognição em permanente mecanismo de reconstrução, o meu mundo, sempre a destruição das minhas existências.
Outros Edjares nascerão e morrerão, sou a morte contínua das minhas evoluções, neste mundo em redefinição.
Olhe em meu rosto enxergue o meu corpo, não poderá compreender a minha alma, sou apenas as redefinições negadas em novas reformulações.
Portanto, entenda a etimologização do meu nome, não a minha essência ontológica, sou exatamente o que não sou, poderá compreender o meu psicotipo, jamais o substrato da minha existencialidade, já fui muitos outros, neste instante para não ser ninguém.
Razão pela qual encontrei a liberdade.
Poema escrito em 1982 Serra do Cipó.
Edjar Dias de Vasconcelos.