Do que eu gosto
Eu gosto é de fazer café
E escrever poesia
Em plena pandemia
Brincar com as crianças
Como se fosse uma
E o melhor ou pior
É que descubro que sou
Tremendo crianção
Apesar da idade de tiozão
Hoje eu não caí na pista
Pra fazer o que mais gosto
Depois de fazer café e escrever poesia
Dirigir
Cada dia um almoço diferente
Ontem comi em Mangaratiba
Comida feita na lenha
Cada semana um prato diferente
Num lugar distante
Meu trabalho é turistico social
Dirijo por amor
Me divirto e ouço
Mas também desabafo
Que não sou de ferro
Ipanema
Leblon
Gávea
Urca
Vidigal
Já vi cada condomínio
De dar água na boca
Pensei até ser outro mundo
Outro País
Morando na roça
Você se perde
Mas é só ligar o Waze
Que você se encontra
Do Leme ao Pontal
Cada pedido de corrida
Um sentimento de missão
Não me sinto rico
Mas útil
Meu carro é minha ferramenta
Meu sonho
É sair do vermelho
Respeito os sinais
Os cruzamentos
As pessoas
Todas são boas
Se há exceções?
Sim, há
Mas procuro ver o melhor
E dar o melhor que ainda existe em mim
Não mudarei o mundo
Mas pelo menos aqueles minutos e segundos
Quem sabe não significarão
Um alívio
Um toque de felicidade