Mendigo sem cão
Andarilhando pela rua...
A verdade é nua e crua;
A realidade é minha e sua;
A crueldade é do mundo;
A dor é lá no fundo;
Um ser abandonado à própria sorte;
Talvez esperando a morte;
Uma vida sofrida...
E tão sofrível quanto o seu frio...
Quanto a sua fome...
É o vazio...
Que lhe consome;
E enquanto sua presença passa despercebida...
Aos olhos de sua espécie;
Seu companheiro lhe desperta com uma lambida;
Para viver mais um dia com a alma ferida;
Pelo menos tem um fiel companheiro;
Que o ama...mesmo sem dinheiro;
Não ama pelo seu preço, mas pelo seu valor;
E por isso, lhe aquece com o seu calor;
O cão não pensa com a mente...
Ele pensa com o coração;
E seu coração não mente;
Sabe...
O homem deveria amar irracionalmente;
Assim talvez, viveria mais humanamente;
E trataria o seu próximo igualmente;
Estendendo a sua mão...
Para acolher o seu irmão;
Fazendo o bem...
Sem olhar à quem;
Sem esperar nada em troca;
Apenas, como forma de gratidão pela sua vida...
Pela benção recebida...
De viver uma vida merecida.
"A humanidade anda tão desumana..."