Mendigo sem cão

Andarilhando pela rua...

A verdade é nua e crua;

A realidade é minha e sua;

A crueldade é do mundo;

A dor é lá no fundo;

Um ser abandonado à própria sorte;

Talvez esperando a morte;

Uma vida sofrida...

E tão sofrível quanto o seu frio...

Quanto a sua fome...

É o vazio...

Que lhe consome;

E enquanto sua presença passa despercebida...

Aos olhos de sua espécie;

Seu companheiro lhe desperta com uma lambida;

Para viver mais um dia com a alma ferida;

Pelo menos tem um fiel companheiro;

Que o ama...mesmo sem dinheiro;

Não ama pelo seu preço, mas pelo seu valor;

E por isso, lhe aquece com o seu calor;

O cão não pensa com a mente...

Ele pensa com o coração;

E seu coração não mente;

Sabe...

O homem deveria amar irracionalmente;

Assim talvez, viveria mais humanamente;

E trataria o seu próximo igualmente;

Estendendo a sua mão...

Para acolher o seu irmão;

Fazendo o bem...

Sem olhar à quem;

Sem esperar nada em troca;

Apenas, como forma de gratidão pela sua vida...

Pela benção recebida...

De viver uma vida merecida.

"A humanidade anda tão desumana..."

Jay Olivers
Enviado por Jay Olivers em 04/06/2021
Código do texto: T7271674
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