Tormenta de não velejar
Aonde quer que eu vá
tenho um horizonte à frente
tenho uma história a contar
tenho a sede e certeza que minha vida é velejar.
Não tenho medo nem receio,
a canoa em sua simplicidade
sempre mostra ao que veio.
Traz orgulho à fibra da árvore
que nem mesmo derrubada nega o peleio.
Desafios salgados erguem-se serenamente
ao limite onde a luz do crepúsculo serpenteia
e escondem o traiçoeiro canto da sereia.
Que oração o marujo pode recorrer
e quando deve ele orar?
Oro na partida ou embarcado?
Antes ou depois do perigo chegar?
Ore a todo momento marujo,
pois em sua canoa pode confiar
mas não dê chance ao mar lhe provar
que diante da tormenta, somente ela sabe boiar.