POR ALGO QUE SINTAS
Agora enxerga teu ar
e teu tempo girando
em teus olhos,
a chuva e o sol
e as hortaliças
no solo...
Enxerga quem habita
o mundo que orbitas
em torno do chão.
Mas em torno do chão
orbitas em vão,
orbitas errando
em teus plácidos campos,
implorando aos santos
alguma atenção
por nada ou por tudo
ou por algo.
Por algo
que sempre tu sentes,
por algo
que caso não sintas
ergue teus pés desse chão.
Fita o infinito,
segue, persegue e orbita
algo em torno de ti
algo em torno bonito
algo teu em devoção.