Sagrado Ócio

Sagrado Ócio

Não digam que não se pode mais viver no ócio!

Ficar parado debruçado na janela,

Escutando os passarinhos na alegria do amanhecer

Sentir no rosto os primeiros raios de sol,

O cheiro das plantas, as primeiras brisas da manhã

. . . coisas que fazem sonhar.

Não digam que se deve abdicar desses dons

Para se emaranhar em uma correria louca,

Na qual não enxerga nada, não se contempla nada,

E não permite vislumbrar beleza alguma,

Nas expressões, nos olhares, nos sorrisos

. . . coisas que atrapalham apaixonar.

Vá pra lá mundo, com suas maneiras

De impor suas pressas, suas ansiedades,

Seus modismos recheados de consumimos

Que tornam viventes escravos amordaçados, vendados,

cadeias cruéis que impendem o humano de ser

. . . coisas que fazem chorar

Sagrado ócio que permite respirar, inspirar, expirar.

Não correr, caminhar aos raios do sol

Não só olhar, contemplar os pássaros

Não só ver, perceber belas flores, seus bons cheiros

Essências, dádivas, presença do Criador

. . . Coisas que fazem celebrar

E então digam que se pode viver no ócio juntos

Escutar os pássaros, debruçados, abraçados

Esquecendo correrias, loucuras, modismos

Percebendo que os perfumes das flores

Misturam-se aos corpos, almas e suas essências

. . . coisas que se fazem no ato de amar

Divino de Paula

Divino de Paula
Enviado por Divino de Paula em 01/06/2021
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