ATÉ O JARRO CHOROU ( JUAZEIRO BA, 17/08/94)
Os pássaros não vieram.
As nuvens no céu se dispersaram.
A rua ficou deserta
Sem a cantoria matinal.
Tudo que era encanto ,
Cobriu-se com o véu da tristeza:
No jaro, pendida a flor;
No galho, encolhido e triste
O colibri emudece de dor;
Na praça, o altaneiro jequitibá
Chora , e suas lágrimas
Vão rolando, qual correnteza
No caudal da emoção ;
No canto, ganindo tanto,
O pobrezinho do cachorro Bobe!
Chora o animalzinho,
A perda de sua dona!...
Na mesinha da sala,
Partido de tormento , lamenta o jarro:
Por que Renilda, nos abandonou?