Promessa de pressa, depressa
Levanto, sento e deito
Com esta angústia no peito
Na impotência eu agonizo
Enquanto busco o riso
Mas não o meu, o teu
Aquele que todos alcança
Que o sonho prometeu
No qual dança a esperança
Vejo destroços, no entanto
E sinto muito, eu sinto tanto
Porque não basta a empatia
Nem o altruísmo anestesia
A dor que hoje carregas
Às claras ou às cegas
Componho então o verso
Como consolo, mas é perverso
Que solução me traz?
Até rima, mas é fugaz
Incapaz de trazer à luz
O que ele mesmo traduz
"Dias melhores virão"
Em que me agarraria se não
Ao mantra e às promessas
Que me introduziram às pressas?