O asfalto sem o beijo

As vezes eu penso

Que nem sei dizer teu nome

Ainda que o diga sempre

Em qualquer oportunidade

E em qualquer lugar

Eu digo teu nome em vão

Como um chamamento,

Como uma oração

Eu não preciso do teu cadáver

Pra cantar teu nome

Na verdade o cadáver é o meu

Mas o nome é o teu

A boca fria e paralisada

Totalmente deseperançada

Também é minha

Que sussurra tuas letras

Num sopro entre os dentes

Talvez por raiva

Talvez pelo que nem sei.

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