RATOEIRA

Há presenças indesejáveis

e o rato sabe disso

bem melhor

do que qualquer pessoa

ao menos pudesse

compreender.

Sem rumo, destino insólito

o roedor busca pedaços

de alimentos que o nutra

sem nem ao menos,

por instinto,

desconfiar do seu fim.

Pobre animal!

Chega o momento da isca,

pronta para o abate,

esta repleta de luz.

onde,

ao céu aberto desfaz

em migalhas incólumes.

O rato aparece faminto.

Sua família precisa

(cada membro)

aguarda ansiosamente por algo

uma chance de dignidade ao sol

(este astro rei escaldante)

sem teto que os protejam

Observa a oportunidade

e a devora

Enquanto isso, a ratoeira o pega

Sem nenhuma chance,

o rato perde a consciência,

porém, este não estava morto

(apenas num mundo a parte)

um universo o qual

nunca o pertenceu

Era o rato a ratoeira

Era a ratoeira os pedaços

de outros ratos

Era o mundo a fantasia

um mundo além da realidade

iguais os sonhadores pobres

que se acham burgueses

mas permanecem pobres

Afinal...

Algazarras sem fim

Interesse é o momento

De voar feito morcego

Quanta agonia interna

Interferências externas

(Psicológicos abatidos)

Ser algo sem ser

Atentado contra

sua própria natureza.

Nada além de imagens

apenas semelhanças

E nada mais...

Ratos são ratos

e por mais que sonhem

não poderão ser morcegos,

não nesta vida.

Mas...

Poderão voar nos sonhos

feito brisa leve de verão

ao mar sereno que os espera

é a beleza da pequenez animal

(Eu diria)

Hivton Almeida
Enviado por Hivton Almeida em 25/05/2021
Reeditado em 03/07/2021
Código do texto: T7263512
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