O VERDADEIRO AMOR
Será que um dia dará para viver feliz,
andando pelo mundo, sentindo a vida,
aprendendo, em encrencas, não meter o nariz,
apreciando a vista, comendo a boa comida?
Nem sempre será assim, o mundo é incerto...
Imagine ler os letreiros, livro de poesia,
estar ao lado de alguém analfabeto
e vê-lo não ler a palavra noite ou dia?
Não se passa ao largo de uma mulher sozinha
que, por um marido ou namorado ou ladrão,
está sendo agredida, sem atravessar a linha
que separa o afeto, o carinho, da agressão...
A fome é um bicho-papão que come o faminto
que carrega esse bicho, no fundo, lá dentro;
não há chá, bolacha, refri, cachaça, absinto,
que lhe sirva como vitamina ou sustento...
O sentido verdadeiro é o do se comprometer,
do solidarizar, da mão que se estende;
a felicidade nasce e cresce, basta querer,
sentimento puro que se reparte, não se vende...
O muro construído não impede, é para se saltar,
o fogo se apaga com água, água apaga a sede;
fomos feitos para o verdadeiro amor espalhar
como fosse um elétrica e conectada rede...