Sentença de Quem Pensa
Fechar os olhos e enxergar
os contornos do pensamento
crescendo, livre, no ultramar:
sem controle ou discernimento,
sem saber onde vai parar.
Distante de qualquer certeza
que dispense muitas dúvidas,
analisando as sutilezas
como se não fossem ouvidas:
rememorar cada tristeza
sem associá-las à dívidas.
Dispensar a dor da permuta
para se concentrar no abstrato
e não no amargor da cicuta:
desmontar o próprio retrato
e o medo da alma irresoluta.