Sentença de Quem Pensa

Fechar os olhos e enxergar

os contornos do pensamento

crescendo, livre, no ultramar:

sem controle ou discernimento,

sem saber onde vai parar.

Distante de qualquer certeza

que dispense muitas dúvidas,

analisando as sutilezas

como se não fossem ouvidas:

rememorar cada tristeza

sem associá-las à dívidas.

Dispensar a dor da permuta

para se concentrar no abstrato

e não no amargor da cicuta:

desmontar o próprio retrato

e o medo da alma irresoluta.

Eduardo Becher
Enviado por Eduardo Becher em 21/05/2021
Código do texto: T7260477
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