DO VIAJANTE
Já não lembro
A quanto tempo
Pus os meus pés aqui.
Nessas idas e vindas
Que nos reserva a Vida
Apenas sei de que tudo esqueci.
De meus passos ficaram marcas
Que são velhas amarras
No tempo imemorial.
Surgidas num ignoto caminho
Nunca antes por alguém percorrido
Quiçá por algum imortal!
Quisera saber
Que existe mais além
Do tempo
Dos sonhos e da Imortalidade?
Quantos nomes possuí?
Em quantas faces me desfiz?
Nem eu mesmo sei.
Um dia sê semente.
Outrora, planta dormente
Que erva me tornei?
De meus passos restaram vestígios
Que foram todos perdidos
No ciclo temporal
Não há limites para quem venha de longe
Muito menos àquele além do horizonte
Nem a um mortal!
Quisera saber
O que existe mais além
Das estrelas,
Das esferas e da Eternidade?