D I A A M A N T E S
D I A A M A N T E S
A minha mina fala que me ama
Me sonha e me escala na cama
Seus pensares trazem aconchego
Diz que disperso seus medos
Que quer estar próxima de mim
Deseja e enseja estar comigo
Pelicano que carrega a extinção
E alimenta a bolsa de pescar
A presa, que sou raro exemplar
Que não me agrego às colônias
Diz que sou a cereja de seu bolo
Que deseja ao meu lado a prática
De todos os pecados, que deseja—
—Me de frente, de costa, de lado
Que seu corpo nu, igual Canguru
Conduz-me no ventre aos saltos
Revela o filme de meus pensares
Mas, eu me pergunto pensativo
Se ela se ama a si mesma, se ela
Não exagera nas tramas, nem
Nega na intimidade subterrânea
Querer domesticar-me nas cinzas.