AS ROSAS DE HIROSHIMA

AS ROSAS DE HIROSHIMA

(Esse Conto Poético se passa nos anos de 1931 a 1945)

Pétalas vermelhas de rosas caem

na avenida japonesa de Minami - Machi, Hiroshima.

Numa época mais simples e inocente,

a roseira de flores rubras resplandecentes,

espalhando de um prédio na movimentação de Setembro

o perfume suave de rosas em flor de cores iridescentes

Numa jardineira da sacada com um tom verdejante

salpicado de vermelho-sangue fosforescente

se destaca no cinza encardido da avenida

já poluída pelo cheiro fétido de combustíveis fósseis,

onde inúmeros pedestres param para contemplá-la.

Aglomeração de passantes barrando o fluxo dos transeuntes!

Num belo dia de verão ensolarado e quente

um casal de japoneses em quimonos simples,

irradiava um feromônio desconhecido de incenso,

estranho odor nunca sentido pela jovem planta!

E cuja vibração espiritual, quase sobrenatural

fizeram estremecer o verdejante e florido vegetal!.

Dúzias de suas rosas, já há vários dias em exibição,

estavam distribuindo pétalas rubras em toda a calçada,

mas na presença do casal, um vento forte soprou,

e uma “chuva de pétalas” rubras feito sangue

cobriu e cintilou por sobre as cabeças da dupla

que, extasiados, dançaram juntos aparando-as com as mãos.

Enlevados pela dança carmim e extasiante

seguiram caminho em direção ao Templo Sumiyoshi

e, mais tarde, a lembrança do “êxtase rubro” e perfumado

que sentiram no dia ensolarado e florido de verão,

serviu de inspiração ao homem de olhar severo, mas cálido

compondo em inspiração um poema de Verdades ocultas.

Poema este que mudaria vidas em todo o mundo

que, inspirado pela “Chuva de Néctar “ da rosa vermelho sangue,

faria mudar a qualidade de vida de inúmeras almas humanas,

na terra e nos cimos do além vida,

alterando para sempre o patamar religioso do mundo,

salvando almas com a viva esperança do “Bem Viver”!

Assim, o tempo passou cálido e tranquilo

até o dia fatídico da explosão radioativa e mortal

um vento ardente em desintegração mortífera,

varreu todos os arbustos e plantas da sacada em flor!

Prédios ruindo ante o barulho e tremores infundidos

pelo cogumelo terrível e asfixiante, mal cheiroso e incandescente!

A roseira alertada já há muito pelos combates sangrentos

com explosões de bombas menores e projéteis de pólvora,

gerou feromônios de toda a sorte de alertas

e pedidos de socorro em meio ao desespero!

Esperando uma ajuda que nunca veio em seu alento

perdeu todas as folhas e quase todos os seus galhos!

Ficando despida de suas flores e folhas verdejantes

morrendo de sede em meio ao caos e desalento

sentiu que do prédio em que florescia alegremente,

só sobrara a sacada, feito muralha incólume!

Ante a disparatada explosão destrutiva e mortal,

só sobraram escombros de uma alegria rubra fugaz e final!

A chuva, agora muito bem vinda, molha suas raízes sedentas

tendo a roseira uma nova chance de florescer,

que mesmo estando cinza como a paisagem desolada,

ainda consegue gerar um broto em meio ao pandemônio

originado pelo cogumelo em passagem mortal!

E, mais tarde, surge um botão mirrado, mas firme,

em meio ao cinzento desolador de um Japão Feudal!

Dias se passam e as chuvas torrenciais

trouxeram benfazejas flores vermelhas de sangue,

e a roseira agora verdeja novamente em resistência,

respingando chuva rubra de flores na paisagem desolada!

Se destacando como uma pequena luz de esperança

em meio ao caos deixado por humanos falhos e cruéis!

Então, certo dia, sentiu o cheiro dos feromônios de incenso

que outrora te trouxeram vibrações benfazejas!

E a recordação vívida do momento extático

a fez disparar outros feromônios de contentamento e alegria!

Percebeu então, que o casal tão conhecido e amado

a retirava da sacada em ruínas esparramadas!

Levando-a a um recanto de jardim do Templo Iluminado,

foi tratada, replantada e alimentada adequadamente.

Isso fez que tuas flores rubras incandescentes

explodissem em vermelho de amor indizível

no novo e reformado jardim primaveril do templo,

florescendo agora em homenagem ao Deus Verdadeiro!

E o brilho rubro de suas flores incandescentes

passou a fazer parte da paisagem espiritual do Templo Sagrado

erguido imponentemente atrás do jardim florido.

E a roseira em esplendor verdejante e de flores rubras feito sangue,

até hoje rivaliza com as cerejeiras em flor

que no verão vicejam também, esplendorosas e perfumadas!

O bondoso casal, seus salvadores amorosos,

veem sempre cuidar e apreciar a sua floração carmesim,

agora fazendo enxertos de si mesma,

pequenos brotos nascentes de alegria vermelho-sangue!

E ao sentir os feromônios suaves de seus “bebês”,

ela resplandece de felicidade verdejante e rubra.

E ao Felicitarem a vida de todos os seus adeptos e frequentadores

distribuindo suas mudas a todos com alegria,

permitiram à pequena roseira adentrar os lares cinzentos,

de muitas daquelas criaturas esquisitas de duas pernas,

alegrando um pouco que seja seus lares cinzentos,

após a sandice desenfreada da ferocidade explosiva

Por Rogério S. Malta