Uma breve história do Edjar Dias de Vasconcelos.
Ser culto é muito difícil, precisa estudar muito, dominar a complexidade do conhecimento, sem entender a Filosofia é impossível chegar a genialidade.
Nasci no meio do mato, em um lugar muito simples, fazenda douradinho, Itapagipe Minas Gerais, ainda adolescente deixei a fazenda douradinho, fui para o seminário para ser padre, anos consecutivos de estudos, em douradinho o único contato que tenho, como uma prima querida.
Tive sorte em estudar nas melhores universidades, os padres pagaram os meus estudos, estudava dez a doze horas por dia, desejava ser culto.
A cidade não sabia onde estava, apenas que era seminarista, voltei poucas vezes a Itapagipe, nas férias sempre em algum convento estudando o dia todo.
Vivi com a família quando era menino, meus verdadeiros pais foram os padres, estudei em diversas universidades em muitos lugares.
Em um determinado momento tive que falar pouco, como forma de proteção, quando se sabe muitas coisas o melhor é silenciar, a sabedoria tem limites, a própria Igreja não suporta os seminaristas inteligentes.
Era jovem com cabelos longos e despenteados, não tinha aparência de seminarista, sempre humilde, li mais de quatro mil livros.
Em Itapagipe todos perguntavam por mim, a minha família não sabia onde estava estudando, se era Belo Horizonte, Rio, São Paulo, na verdade no Brasil estudei nestes três lugares.
Quem estuda muito aprende muito, a minha família não tinha ideia o quanto estudava, no seminário os padres exigem que os seminaristas estudem bastante, no meu caso os padres pediam para estudar menos, não conseguia obedecê-los neste aspecto.
Estudava tudo, sempre tive facilidade para aprender lendo, lia um livro de 700 páginas compreendia o conteúdo.
Idiomas difíceis, como latim, grego e aramaico, Jesus Cristo falava em aramaico, poucos padres sabem o aramaico, confesso que consegui entender os grandes segredos do mundo os quais não podem ser revelados as pessoas comuns.
Para mim foi muito importante saber o que sei, um dos segredos não estava previsto na natureza a existência do homem, não era para existir o ser humano, entretanto, passou a existir por um erro de adaptação a savana.
O segundo segredo, a origem da linguagem, não era para nascer a cognição, somos homens porque falamos, entretanto, construímos mentiras como verdades, o homem vive a própria ilusão, sendo um animal mentiroso, dissimulado.
Hoje sou professor sempre estudando, ninguém faz ideia o que realmente penso do mundo.
Confesso que durante muitos anos sempre tive que me reconstituir buscando o conhecimento.
Finalmente hoje sou o que sou, penso o que penso, os grandes segredos pertencem a minha cognição elaborada.
Qual é a minha felicidade, tenho o luxo de não viver as ilusões.
Edjar Dias de Vasconcelos.